Diversos foram as civilizações da Antiguidade que ficaram conhecidos pelas sua belicosidade, capacidade estratégica e/ou de conquista.
Os romanos estão dentre as civilizações expasionistas que formaram um dos maiores impérios da Antiguidade. Isto não seria possível sem um exército regular e profissional; tal como, do desenvolvimento de tecnologias de estratégias e armas que dessem conta dos inimigos; além sem dúvida da construção de um sujeito disciplinado para situações de conflito; sem abrir mão do investimento em instituições de pesquisa e acúmulo de conhecimento em temas ligados a batalhas.
Dentro disto as Legiões ocupariam um papel central. Afinal, um povo que funda a sua origem genética no deus Marte e que na mesma medida em que faz amplas conquistas, cria diversos inimigos, coloca a necessidade de assegurar as regiões e povos conquistados.
A Legiões eram uma divisão dentro do exército romano. Segundo J.S. Vasconcelos o número de integrantes variavam entre 1.000 e 8.000 homens (estima-se que a LEGIO XIII de Júlio Cesar possuía cerca de 3.000 homens).
É mais do que comprovado historicamente que necessariamente o número de integrantes dentro de um exército, embora seja importante, não garante a vitória em uma batalha. Alguns variados episódios históricos nos mostram que a estratégia pode se sobressair sobre um exército inimigo que possua um número de soldados maior que o seu. Para o efeito de uma comparação tome o exemplo que muitas vezes nos serve o futebol. Em 2006 o Grêmio disputaria o título da 2º divisão do campeonato brasileiro contra o Naútico. Com 4 jogadores a menos o clube gaúcho marcaria um gol e se sagraria campeão da Segundona. No caso, venceu a estratégia, a disciplina e a força de vontade.
Voltando aos romanos, podemos considerar que são vários os elementos que compõem o seu planejamento e estratégia para uma batalha. Neste sentido, é variado o repertório de formação que os mesmos usavam e isto é fácil de se compreender, pois uma batalha oferece variadas situações para aqueles que combatem.
A formação acima, chamada "La Testuggine". Ela permite o avanço no campo de batalha sem que seja este avanço, algo que exponha o legionário a ferimentos ou perdas com uma possível saraivada da artilharia leve (arqueiros e lanceiros).
Formação "La Testuggine". |
A formação acima, chamada "La Testuggine". Ela permite o avanço no campo de batalha sem que seja este avanço, algo que exponha o legionário a ferimentos ou perdas com uma possível saraivada da artilharia leve (arqueiros e lanceiros).
"La Testuggine" permite uma defesa frontal e por sobre as cabeças, eficientissimas. Este sólido bloco de defesa (para avançar no campo de batalha ao encontro do inimigo, ou mesmo, recuar de forma organizada) é completo e garantido pelo scutum romano. Distinto de outros escudos, o scutum permitia ao seu portador uma maior proteção da área correspondente a maior parte dos pontos vitais do soldado. A imagem abaixo dá uma idéia desta proteção.
Enfim, se o interesse era fazer um escudo que a área fosse grande o suficiente para proteger a maioria dos pontos vitais do soldado, o material usado na construção do mesmo não poderia ser o metal, por um motivo óbvio, no caso, o peso. Vale tomar nota que quanto mais pesado é um escudo, mais difícil é a sua portabilidade. Como não só a proteção dos pontos vitais parecia importante para a legião, o uso de tiras de madeira, tornaria um scutum tão amplo, portável e muito mais leve do que um equivalente feito de metal.
Imagem: sem fonte.
Enfim, se o interesse era fazer um escudo que a área fosse grande o suficiente para proteger a maioria dos pontos vitais do soldado, o material usado na construção do mesmo não poderia ser o metal, por um motivo óbvio, no caso, o peso. Vale tomar nota que quanto mais pesado é um escudo, mais difícil é a sua portabilidade. Como não só a proteção dos pontos vitais parecia importante para a legião, o uso de tiras de madeira, tornaria um scutum tão amplo, portável e muito mais leve do que um equivalente feito de metal.
Referência não conhecida: Clique na imagem para ampliar e se informe sobre a matéria prima usada para confeccioná-lo.
Referência não conhecida.
Para encerrar, as considerações sobre o scutum romano vale destacar os aspectos condizentes ao seu design. Sem dúvida uma obra-prima da engenharia de guerra na antiguidade, que busca cumprir o intento principal, no caso preservar ao máximo possível o legionário até o derradeiro confronto homem a homem. O scutum romano possui uma ligeira curvatura. Esta, por sua vez, não dá-se porque os romanos estavam preocupados em fazer ao acaso um escudo diferente dentro da história. Muito pelo contrário, note que a curvatura do escudo, quando usado em bloco (na formação La Testuggine), permite, àqueles que o portam na linha de frente e compõem o batalhão, que não caminhem cegamente em direção ao inimigo.Bem, se a formação acima apresentada permite em uma situação de batalha, organizar a tropa defensivamente, a formação abaixo já valoriza o ataque, mas sem abdicar, como vocês irão observar na imagem abaixo a preservação da integridade do soldado. Bem, são duas as linhas de escudos posicionados. Na base há legionários agachados, empunhando "pilluns" e posicionados para rechaçarem a aproximação inimiga. Por sua vez, há outros legionários com "scutuns" posicionados sobre outros que lhes servem de base e empunhados pelos legionários agachados, em meia altura e em ângulo aproximado de 45º - 60º. Estes legionários que estão em pé, protegidos por aqueles que estão agachados, estão posicionados para fazerem um ataque.
O pillum é uma espécie de arpão, cujo corpo possui uma haste de metal com ponta triangular, uma bola de metal, e um cabo de madeira. Especialistas dizem que ela possuía entre 1,5 - 2 metros, pesava aproximadamente 1 kg e era uma arma para ser arremessada em uma distância com cerca de 15 metros. O objetivo, ao se usar tal armamento, era retaliar numericamente os inimigos antes do combate corpo à corpo, dado que, o pillum era capaz de perfurar escudos de madeira e consequentemente aquele que estava atrás dele.
Scutum.
Representação de um legionário em traje completo. (Scutum, Pillum, gladius, Lorica Segmentata, túnica e sandálias).
Foto sem referência.
O pillum é uma espécie de arpão, cujo corpo possui uma haste de metal com ponta triangular, uma bola de metal, e um cabo de madeira. Especialistas dizem que ela possuía entre 1,5 - 2 metros, pesava aproximadamente 1 kg e era uma arma para ser arremessada em uma distância com cerca de 15 metros. O objetivo, ao se usar tal armamento, era retaliar numericamente os inimigos antes do combate corpo à corpo, dado que, o pillum era capaz de perfurar escudos de madeira e consequentemente aquele que estava atrás dele.
Respectivamente "Lorica Amata" e "Lorica Musculata". A primeira é uma malha com anéis de metal e a segunda uma armadura de torax.
Respectivamente "Lorica squamata" e "Lorica segmentata".
Respectivamente: Cinturão com a "Gladius" e réplicas das sandálias usadas pelos legionários (hoje sucesso entre os hippies... kkkkk).
Respectivamente: Cinturão com a "Gladius" e réplicas das sandálias usadas pelos legionários (hoje sucesso entre os hippies... kkkkk).
Scutum.
Representação de um legionário em traje completo. (Scutum, Pillum, gladius, Lorica Segmentata, túnica e sandálias).
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Alguns links interessantes:
http://voyagesenduo.com/italie/rome_antique_armee_romaine.html
http://gladiusrp.wordpress.com/2009/02/page/2/
Proporciona uma idéia sobre os desenhos dos escudos usados por cada uma das variadas Legiões que existiram na Antiguidade em Roma.
http://www.twcenter.net/wiki/Roma_Surrectum_II
Referências Bibliográficas
ARIÈS, Philippe; DUBY, George (org.) História da vida privada : do império romano ao ano mil. São Paulo : Companhia das Letras, 1993.
VEYNE, P. A sociedade romana. Col. Lugar da História. Lisboa: Ed.70, 1988.
MAZZARINO, S. O Fim do Mundo Antigo. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
GRANT, Michael. História resumida da Civilização Clássica. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
CAMPOS, Flávio & GARCIA MIRANDA, Renan. A escrita da História. São Paulo: Escala Educacional , 2005.
GARRAFFONI, Renata Senna. Guerras Púnicas. In.: MAGNOLI, Demétrio (ORG.) História das Guerras. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2009.
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Autoria do texto: Alek Sander de Carvalho
http://voyagesenduo.com/italie/rome_antique_armee_romaine.html
http://gladiusrp.wordpress.com/2009/02/page/2/
Proporciona uma idéia sobre os desenhos dos escudos usados por cada uma das variadas Legiões que existiram na Antiguidade em Roma.
http://www.twcenter.net/wiki/Roma_Surrectum_II
Referências Bibliográficas
ARIÈS, Philippe; DUBY, George (org.) História da vida privada : do império romano ao ano mil. São Paulo : Companhia das Letras, 1993.
VEYNE, P. A sociedade romana. Col. Lugar da História. Lisboa: Ed.70, 1988.
MAZZARINO, S. O Fim do Mundo Antigo. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
GRANT, Michael. História resumida da Civilização Clássica. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
CAMPOS, Flávio & GARCIA MIRANDA, Renan. A escrita da História. São Paulo: Escala Educacional , 2005.
GARRAFFONI, Renata Senna. Guerras Púnicas. In.: MAGNOLI, Demétrio (ORG.) História das Guerras. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2009.
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Autoria do texto: Alek Sander de Carvalho
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