A chegada dos portugueses nas terras que chamaram de “Brasil”. (Parte 2/para o 7º ano)

A chegada dos portugueses nas terras que chamaram de “Brasil”.

Em 9 de março de 1500 partia do Rio Tejo em Lisboa uma frota com treze navios sob o comando de Pedro Álvares Cabral. Após passar por Cabo Verde a frota, tomou rumo para oeste.

Tal foi que em 21 de abril avistou-se as terras do que hoje chamamos de “Brasil”. O nome deram os portugueses as terras que chegaram, em conta do pau-brasil, árvore que também encontravam em suas expedições para as Índias, quando lá iam buscar as tão preciosas especiarias.

De início os portugueses não trataram aquilo que chamaram de “Brasil” com muita atenção. Não haviam aqui aos olhos, deles que eram os estrangeiros, nada atraente, e o que buscavam eram metais preciosos ou talvez artigos tão preciosos quanto as especiarias.


O “Brasil” passou a ser uma terra atraente.

Foi por volta de 1530 que a postura do português em relação as terras que chamavam de “Brasil” mudou radicalmente.

Haviam, de certa forma razões para isto. O “Brasil” de repente se tornara atraente. Mas qual seria o motivo de tamanha mudança?

Muito simples, embora sejam diversos os motivos que explicam o interesse português.

Vejamos alguns deles:

1))) Descoberta de metais preciosos como prata e ouro nas Américas que vinha sofrendo conquista e colonização com espanhóis: As regiões do México e do Peru já possuíam minas exploradas pelos indígenas. Os portugueses pensaram que ocupando as terras que chamavam de Brasil conseguiriam chegar de alguma forma as minas que eram exploradas pelos espanhóis.

2))) Possibilidade de encontrar no Brasil metais preciosos: pensavam os portugueses que era possível possuírem a mesma sorte que tiveram os espanhóis, no caso, achar as tão desejadas minas.

3))) O perigo da invasão por povos que não eram portugueses: Como o “Brasil” estava se tornando atraente demais, outros povos começaram a desejar a conquista das terras que os portugueses achavam ter encontrado. Inclusive de 1555 à 1567 os franceses tentaria a fundação de uma colônia onde hoje se encontra o Rio de Janeiro, mas acabaram expulsos por uma aliança dos portugueses contra os franceses que aliaram se aos índios tamoios.

4))) Evangelizar as populações indígenas: a conquista e a invasão do “Brasil” possuía uma forte marca religiosa. A coroa portuguesa fora considerada com a coroa espanhola, após lutarem pela expulsão dos árabes de Portugal e Espanha, como os “reis católicos”. De tal forma, tinham, portanto, a missão e o apoio papal para catequizarem todas as pessoas que não eram de religião católica.

5))) A queda do comércio de especiarias com o Oriente: os portugueses lucraram muito com o comércio de especiarias no Oriente. Mas conforme foram passando os anos, os lusitanos perderam a liderança desta atividade. Havia cada vez mais concorrentes, que eram, inclusive melhores comerciantes que os portugueses.

Conclusão

Assim, como aquilo que os portugueses chamavam de Brasil tornou-se atraente era necessário estar mais próximo para melhor cuidar da mesma, evitando o que consideravam invasões estrangeiras e criando uma forma de chegarem e conquistarem dos espanhóis as minas que estes tomaram dos índios.


A fundação das primeiras vilas no “Brasil”.

Bom, não havia melhor forma de estar perto daquilo que os portugueses consideravam posse do que fundando vilas. Martim Afonso de Sousa e os jesuítas foram encarregados desta tarefa.

Exemplo, disto foi a fundação da primeira vila do “Brasil”, no caso, São Vicente, em 1532. Após esta, diversas outras vilas, que no futuro se tornariam cidades, foram fundadas. Assim, em 1535 ocorreu Fundação da Vila da Vitória, na Capitania do Espírito Santo; a fundação da Vila de Olinda, na Capitania de Pernambuco; em 1549 deu-se a fundação da cidade de Salvador; já em 1554 a fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, entre outras tantas vilas fundadas.

Para melhor organizar o funcionamento das vilas, o rei português ordenou que aqui fossem fundadas as chamadas Capitanias Hereditárias, isto em 1534. De tal forma, doava aquilo que a coroa achava de sua posse, grandes lotes de terra para nobres interessados em explorar economicamente o “Brasil”. Em 1549, para aperfeiçoar o sistema das Capitanias Hereditárias fora criado os Governos Gerais, que dava o poder de decidir sobre a vida de todas as capitanias a uma só pessoa em nome do rei.

Mas havia ainda para os portugueses um problema? Como possibilitar ao português, orignário de Portugal, vir para o “Brasil” e se fixar nestas terras?


Para fixar o colono português dá-se a ele uma atividade econômica, no caso, a lavoura da cana-de-açúcar.

Foi a atividade da cana-de-açúcar a responsável por fixar o colono português e o projeto que o rei de Portugal tinha para as terras que chamava de “Brasil”. Os portugueses já conheciam a atividade, pois tinham plantações nas ilhas da Madeira e de São Tomé e Príncipe. Noutro sentido, o açúcar era um artigo muito apreciado na Europa, logo, tinha um grande mercado consumidor.

Tudo perfeito, então, para os portugueses implantarem a atividade no Brasil; e isto, porque, a cana-de-açúcar não daria lucro somente para os donos dos engenhos de açúcar, mas sobretudo para a coroa portuguesa.


Como a coroa portuguesa conseguiria lucrar com a atividade açucareira praticada na colonia que chamavam de “Brasil”.

A coroa portuguesa conseguiria lucrar com a atividade do açúcar, criando vantagens nas relações comerciais (venda e compra) com os colonos portugueses do Brasil.

No caso, Portugal obrigou os colonos a obedecerem o monopólio do comércio. Neste somente Portugal poderia comprar e vender para os colonos portugueses que tinham engenhos de açúcar no Brasil.

Se somente Portugal podia comprar e vender, isto significa que os colonos (dependendo do dinheiro que conseguiam com a venda de açúcar) sofriam desvantagens nas trocas. Pense comigo, se só Portugal é a compradora do açúcar produzido no “Brasil”, isto significa que ela pode colocar o preço que quiser no produto vendido pelos senhores de engenhos de açúcar.

Da mesma forma, como Portugal era o único vendedor dos artigos produzidos em Portugal e vendidos como especiarias, podiam encarecer o preço dos produtos da forma que queriam.

Com a proibição da escravidão das populações indígenas em 1570 pela coroa portuguesa e a instalação do tráfico negreiro, Portugal lucraria ainda mais com o comércio atlântico, já que os colonos portugueses e senhores de engenho no Brasil, eram obrigados a possuir mão de obra escrava e africana.

O nome dado para esta condição de desvantagem que Portugal obrigava as suas colônias a manterem pode receber o nome de Sistema colonial.

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