Alta dos alimentos coloca 44 milhões de pessoas na pobreza

Alta dos alimentos coloca 44 milhões de pessoas na pobreza

Índice de preços do Banco Mundial subiu 15% entre outubro de 2010 e janeiro deste ano

Filipe Domingues, da Agência Estado

WASHINGTON - Os preços internacionais dos alimentos continuaram subindo com força nos últimos meses, aumentando a pobreza e as preocupações com a economia, informou nesta terça-feira, 15, o Banco Mundial. O índice de preços do banco subiu 15% entre outubro do ano passado e janeiro de 2011, o que significa elevação de 30% em relação ao mesmo período de 2009 e apenas 3% abaixo do pico de 2008. O Banco Mundial relatou que esse aumento, que inclui alta significativa dos preços do trigo e do milho, colocou cerca de 44 milhões de pessoas em situação de pobreza desde junho.

"Os preços globais dos alimentos estão subindo para níveis perigosos e ameaçam dezenas de milhões de pessoas pobres no mundo", disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, em comunicado.

A alta dos alimentos tem sido uma grande preocupação para as autoridades internacionais. O Banco Mundial alertou que a elevação dos preços pode causar "macro vulnerabilidades", especialmente nos países menos sólidos em âmbito fiscal, que são forçados a importar grandes volumes de alimentos.

No entanto, o Banco Mundial ponderou que boas colheitas em muitos países africanos ajudaram a conter a elevação dos preços de alguns itens. Além disso, o banco observou que os preços internacionais do arroz subiram moderadamente e que o cenário desse mercado permanece estável.

O Banco Mundial avisou, ainda, que as mudanças climáticas devem causar mais impacto nos preços dos alimentos do que ocorreu no passado. "A frequência de eventos relacionados ao clima durante o último ano e seu impacto nos preços da comida ressaltam a vulnerabilidade dos pobres diante das mudanças climáticas", afirmou o banco. As informações são da Dow Jones

fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,alta-dos-alimentos-coloca-44-milhoes-de-pessoas-na-pobreza,not_55118,0.htm

09/11/2010 - 10h22
Preços dos alimentos disparam e puxam inflação em 2010, aponta IBGE

Pedro Soares, do Rio.

Pressionados pelo clima e a consequente alta das commodities, os alimentos ditaram os rumos da inflação em 2010. A alta acumulada de 6,59% de janeiro a outubro representou um impacto de mais de um terço (34%) no IPCA do ano (4,38%), com contribuição de 1,48 ponto percentual.

"Os alimentos determinaram praticamente sozinhos o desenho, o perfil, da inflação em 2010", disse Eulina Nunes dos Santos.
Em outubro, os alimentos subiram 1,89%, a maior taxa para tal mês do ano desde 2002 e também a mais alta desde junho de 2008.

Após três meses de deflação, entre junho e agosto, o grupo alimentação voltou a ficar pressionado a partir de setembro com a nova rodada de alta das commodities especialmente do trigo, milho e soja.

"Neste ano, houve um problema de seca em escala mundial, que elevou os preços das comoodities", disse Nunes dos Santos

Tamanha foi a alta dos grãos que ela foi suficiente para anular o efeito benéfico do câmbio, que ficou restrito apenas a alguns itens, como os produtos de limpeza (alta de 1,09% no ano, abaixo do IPCA acumulado de 4,38%).

Ainda por conta do clima e da quebra de safra em países produtores como a Rússia, a farinha de trigo e seus derivados também pressionaram o grupo alimentação em outubro. A farinha subiu 5,23%. O macarrão teve alta de 2%.

Já no caso do feijão, que acumula alta de 109,78% no ano e subiu 31,42% em outubro, a safra menor é responsável pelos reajustes.

Segundo Nunes, a demanda aquecida também proporcionou repasses mais intensos dos aumentos das commodities, cuja alta também elevou os preços de rações e indiretamente das carnes.

No acumulado do ano, as carnes foram os itens de maior pressão (alta de 14,56% e contribuição de 0,32 ponto percentual para o IPCA), ao lado dos colégios e do empregado doméstico --ambos também com peso de 0,32 ponto percentual no IPCA do ano.

Em outubro, as carnes subiram 3,48% e também lideraram o impacto no IPCA --0,08 ponto percentual.

"A renda aumentou e no mundo, inclusive no Brasil, as pessoas estão comendo mais carne. O país aumentou a exportação e a oferta interna está mais estreita", disse Nunes dos Santos.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/827720-precos-dos-alimentos-disparam-e-puxam-inflacao-em-2010-aponta-ibge.shtml

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